Tive uma infância quase normal apesar de muitos hematomas pelo corpo, muitos sangramento pelo nariz e muitas anemias por causadas pelos sangramentos. Quando me machucava, era um horror, porque sangrava muito, mas nem um médico descobria o que eu tinha. Minha mãe sempre me levava em médicos e buscava tratamentos mas eles nunca tinham respostas para meu quadro.
Minha primeira menstruação veio ao nove anos de idade e aí, tive a minha primeira hemorragia. Fiquei vários dias internada. Mas nem assim os médicos suspeitaram de meu diagnóstico.
Os anos foram passando e, na adolescência, cada vez que eu menstruava, tinha uma hemorragia.
Quando engravidei tive sangramento durante toda a gestação e, quando meu filho nasceu, tive uma hemorragia muito severa que me levou a três paradas cardíacas. Fiquei 28 dias em coma e, com a Graça de Deus, não morri e pude ver meu filho crescer. Nem depois dessa situação os médicos investigaram pra saber o que eu realmente tinha.
Os anos foram se passando…. eu me casei e, depois de um ano, comecei a menstruar e não parava mais. Eu ia para o hospital todos dias e tive uma anemia profunda.
Foram feitos todos tipos de exames no meu útero. Mas o útero era perfeito. Não tinha nada! Fiquei três meses internada.
Então, Deus colocou o Dr. Leonardo na minha vida e ele começou a fazer exames de coagulação e meus exames deram muito alterados. Foi quando eles descobriram que eu tinha Deficiência grave de Fator Xl!!!
Infelizmente tive que tirar meu útero, porque eu tomava bolsas e bolsas de plasma e não resolvia o problema. A única solução foi encontrada, foi a de tirar meu útero.
Com a deficiência de Fator XI, infelizmente não tenho fator pra levar pra casa. Sempre que tenho um sangramento, preciso ir ao hospital ou hemocentro para fazer transfusão de plasma.
Hoje, apesar dos sangramentos e das dores nas juntas, posso dizer que tenho uma vida normal.
Quando minha família ficou sabendo que eu tenho hemofilia eles entraram em pânico. Ninguém sabia o que era hemofilia. Mas os médicos explicaram direitinho para eles e pra mim sobre as limitações e todos ficaram mais calmos. Minha família está sempre ao meu lado quando preciso.
Ninguém mais da minha família tem hemofilia. Só eu mesma. Nem meu filho, Graças a Deus.
Eu me chamo Ana Carolina, tenho 34 anos e tenho deficiência grave de Fator XI, também conhecida como Hemofilia C. Essa é um pouco da minha história….
Agradeço por poder compartilhar com vocês!