Sabemos que a pandemia do Covid-19 (coronavírus) continua avançando no Brasil e, para a ABRAPHEM, a saúde e a segurança das pessoas com hemofilia e outras coagulopatias hereditárias são prioridade. Por isso, enviamos aqui algumas informações específicas sobre hemofilia e Coronavírus no Brasil.
1) Embora pessoas com distúrbios hemorrágicos hereditários geralmente não estejam com o sistema imunológico comprometido não corram maior risco de infecções virais, como a Covid-19, apresentam um maior risco de complicações, se infectados pelo coronavírus. Isso ocorre porque há risco de pequenas hemorragias na orofaringe (garganta) e traqueia, o que seriam eventos muito graves nestes casos;
2) Se adoecer, deve ter cuidado com a tosse muito intensa. Se ainda não está em profilaxia com fatores de coagulação, deve verificar com seu hematologista a possibilidade de iniciá-la imediatamente;
3) Há alguns relatos de alteração na coagulação em pessoas com quadro grave de coronavírus, portanto, é importante que a equipe de saúde esteja ciente de que o paciente possui hemofilia ou outro distúrbio na coagulação, caso precise de internação;
4) Mantenha os protocolos de autocuidado. Há evidências tanto de aumento do risco de trombose quanto aumento dos sangramentos, em pacientes com infecção pelo coronavírus.
Em relação às visitas aos Hemocentros e Centros de Tratamento de hemofilia (CTH):
1) Qualquer pessoa (paciente ou familiar), que tenha sintoma de gripe ou que tenha tido contato com pessoas contaminadas com o coronavírus, NÃO deve ir até o Hemocentro, pois a maioria dos Hemocentros e CTHs atendem pacientes imunossuprimidos em tratamento por doenças como leucemia e outras formas de câncer.
2) Na ocorrência de um sangramento, se você estiver com sintomas de gripe ou tiver feito contato com algum infectado pela COVID19, TELEFONE para o hemocentro para receber as orientações sobre como tratar este sangramento.
3) Em caso de internações por sangramento, o Hemocentro deve ser contatado imediatamente para que o fator seja enviado na unidade hospitalar em que você se encontra.
4) Para buscar o fator, vale a mesma regra: NÃO devem ir ao Hemocentro pessoas que tenham qualquer sintoma de gripe ou tenham feito contato com alguém diagnosticado com coronavírus. Avise o Hemocentro que outro familiar ou amigo, buscará a medicação.
5) De acordo com informações obtidas com a Coordenação Geral de Sangue e Hemoderivados (CGSH) não há, até o momento, qualquer determinação do Ministério da Saúde para alteração no horário de funcionamento dos Hemocentros e Centros de Tratamentos de Hemofilia (CTH) ou de alteração nos atendimentos. No entanto, cada Hemocentro e CTH é autônomo para alterar sua rotina, caso entenda necessário. Por isso, se você tiver qualquer dúvida sobre horários, consultas, coleta do fator ou outra questão, entre em contato diretamente com seu CTH pelo telefone, no horário de funcionamento deste.
6) A WFH declara que “ Se você tiver uma infecção por COVID-19, alguns médicos sugerem terapia profilática e manutenção de níveis mais altos de fator de coagulação como precaução contra sangramento nos pulmões devido a danos potencialmente graves infligidos pelo SARS-CoV-2. Tossir ou assoar o nariz com força podem criar o aumento da pressão sanguínea no cérebro e levar a sangramento. Existem relatos de casos que fornecem evidências para apoiar esta declaração.”
7) Quanto aos produtos para tratamento de distúrbios hemorrágicos, a Associação Terapêutica às Proteínas Plasmáticas (PPTA) não considera que a COVID-19 seja motivo de preocupação com a segurança das terapias com proteínas plasmáticas fabricadas pelas empresas membros do PPTA, que são inativados com métodos de pasteurização ou calor seco, sendo alguns ainda submetidos a processos de nanofiltração. As empresas que fornecem os concentrados de fator adquiridos pelo Ministério da Saúde do Brasil são as mesmas do PPTA.
Fontes: Ministerio da Saúde, Federação Mundial de Hemofilia e “Orientações sobre a epidemia de coronavírus (Covid-19) para pessoas com doenças raras e seus cuidadores”, realizado por Rede Raras – Observatório de Doenças Raras e Febrararas com equipe multiprofissional especializada.